Com a casa às costas: obras da coleção de Serralves e do Fundo documental da Estação Ferroviária de Mirandela

2024

Estação Ferroviária de Mirandela

Vistas da exposição “Carla Filipe: Com a casa às costas. Obras da Coleção de Serralves e do Fundo Documental da Estação Ferroviária de Mirandela”, Estação Ferroviária de Mirandela, de 25 de setembro de 2024 a 1 de janeiro de 2025, integrada no programa de itinerâncias da Fundação de Serralves – Museu de Arte Contemporânea, Porto.

Fotos © Ricardo Raminhos

https://www.serralves.pt/ciclo-serralves/2509-carla-filipe-com-a-casa-as-costas_-mirandela2024

Expurgar Papel : preservação ou eliminação do acto de cuspir, 2021-2023

2024

Sala de Exposições da Escola das Artes da Escola das Artes, Porto


Partindo de documentação do séc. XVII ao séc. XX adquirida em alfarrabistas e mercados de segunda mão, onde inevitavelmente é incidente a esfera noticial e de pensamento em redor do colonialismo europeu, a artista intervém no arquivo criando uma nova leitura através de texto, promovendo um diálogo crítico. Para a Sala de Exposições da Escola das Artes, a artista trabalha somente em torno desta documentação, sem recorrer ao desenho ou pintura, usando apenas a colagem enquanto veículo e metodologia percorrendo as linhas ténues entre o respeito e o desrespeito do documento muitas vezes considerado uma entidade imaculada.
Corta e cose documentos do séc. XVI até à modernidade (década de 70/período PREC) criando outros objectos e arquivos, arquivando toda a documentação em suportes que, entre jogos formais de frente e verso, suspensos e isolados, compõem uma instalação coletiva sob vários layers.
A história do colonialismo que ainda perdura na Europa suspensa, toda a sua estrutura é frágil.Na construção destas colagens a imaginação é uma constante, a imaginação que vem na ação de combinação de ideias, manipulação de conteúdos, usando o humor, o drama, a realidade.
Todos os elementos usados para as colagens são frágeis, onde tudo é informação, desde os vários tipos de papéis usados, desde jornais, notas ou papel de fantasia. 
Através do papel temos igualmente representada a revolução industrial, onde o papel tem outra manufatura, que distingue a sua durabilidade enquanto documento, sendo o elemento mais contemporâneo a introdução do cabelo, relaciona assim o trabalho com o corpo, que também é um arquivo, fazendo ligação ao próprio título mastigar e cuspir; o acto de mastigar é também um acto de mascar, criando saliva misturada com a matéria sem engolir, é triturar toda a documentação entre os dentes, e cuspir este arquivo sem organização, sem categorias e sem preservação. 


Using documentation from the 17th to the 20th century—sourced from antiquarian bookstores and second-hand markets—Carla Filipe engages with materials where news and thought inevitably orbit around European colonialism.The artist intervenes in this archive, generating a new reading through text and fostering a critical dialogue. For the Exhibition Hall of the Escola das Artes, Filipe focuses solely on these documents, avoiding drawing or painting and employing only collage as a vehicle and methodology. Her process navigates the fine line between respecting and disrespecting documents often considered untouchable historical entities.

She cuts and stitches together records from the 16th century through to modernity (spanning the 1970s and the Portuguese revolutionary period, PREC), transforming them into new objects and archives.
These materials are then stored on supports that, through formal plays of front and back, suspension, and isolation, compose a collective installation with multiple layers. The history of colonialism, still looming over Europe, remains precarious—its fragile structure.In the creation of these collages, imagination plays a central role.
The process involves combining ideas, manipulating content, and employing humor, drama, and reality. All elements used in the collages are inherently fragile—everything becomes information, from different types of paper (newspapers, banknotes, decorative papers) to the materiality itself.Through paper, the Industrial Revolution is also represented.
The evolution of papermaking is evident in its varying degrees of durability, marking distinctions in how documents have withstood time.The most contemporary element introduced in this work is human hair, which itself functions as an archive,the inclusion of hair links the work to the body, another form of archive, reinforcing the very title Chewing and Spitting.
The act of chewing is also an act of masticating—creating saliva, mixing it with material, without swallowing.It is the grinding of documentation between one’s teeth, spitting out the archive in disarray—devoid of organization, categories, or preservation.

Following the same logic of repulsion, the act of spitting also extends to the phlegm expelled from inhaling the dust accumulated in these documents—a necessary purge to avoid contamination, a form of cleansing.

It is as if the artist seeks to consume all the documentation possible, chewing it into a new beginning.
Through an act of both rejection and liberation, she transforms the expelled material into a sticky glue that clings to the surface.

@ Filipe Braga

Sardão / The Lizard

2023

As part of the New Aberdeen Bestiary, curadoria/curated by Nuno Sacramento, Aberdeen, Escócia/Scotland

Sardão / The lizard

2023

Peacock & Worm, Aberdeen, Escócia/Scotland

Carla Filipe analisa um tipo particular de lagarto, conhecido em português como sardão, que lhe fascina por ser um animal impregnado de folclore e cultura popular. O sardão, pode ser encontrado em todo o sul da Europa e está ligado a uma variedade de histórias e lendas que o tornam um animal temido e venerado, especialmente pelas mulheres. Neste trabalho, o lagarto é abstraído em texturas e padrões em preto e branco e em uma ilustração científica: uma tentativa de conhecer o animal mais de perto, talvez, ao mesmo tempo que o mantém a uma distância segura.

Sardão ( The Lizard) é apresentado pela primeira vez na exposição de Carla Filipe, The Lizard, no âmbito do New Aberdeen Bestiary, um projeto de três anos que envolve sete artistas internacionais que trabalham connosco numa série de exposições, gravuras, workshops e eventos desenvolvidos pela Peacock & the worm.⁠ A intenção da artista, com este trabalho, é fazer uma publicação de artista paralela à exposição.

Conceito de Carla Filipe
Coordenadora de Gravura: Jodi Le Bigre
Serigrafia: James Vass
Impressão em relevo: Neil Corall e Jodi Le Bigre

Carla Filipe analyses a particular type of lizard, known in Portuguese as sardão, which holds her fascination as an animal steeped in folklore and popular culture. The sardão, also known as ocellated or jewelled lizard, can be found across southern Europe, and is connected to a variety of stories and legends that make it an animal feared and revered, particularly by women. In this work, the lizard is abstracted into black and white textures and patterns, and a scientific illustration: an attempt to get to know the animal more closely, perhaps, while also holding it at a safe distance.

Sardão (The Lizard) is first presented in Carla Filipe’s exhibition, The Lizard, as part of the New Aberdeen Bestiary, a three-year project involving seven international artists working with us on a series of exhibitions, prints, workshops and events developed by peacock & the worm.⁠ The artist’s intention, with this work, is to make an artist book that will outlive the exhibition.

All works by Carla Filipe
Printmaking coordinator: Jodi Le Bigre
Screenprint: James Vass
Relief printing: Neil Corall and Jodi Le Bigre

Tamanho / size: 63 x 42 cm (prints), 99 x 76 cm (capa aberta /cover open), 64 x 42 cm (capa fechada / cover closed), Técnica / medium: impressões / prints – serigrafia / screenprint sobrte / on Arches 88 300 gsm; capa / cover – laser-cut relief print and screenprint on Somerset Satin 410 gsm , exemplares / copies: 23.

In my Own Language i am Independente

2023

Curadoria / curated by Marta Moreira de Almeida, Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto, Portugal

Exposição Antológica / Anthologic Exhibition looking over 20 years of work.

In my own language I am independente é o título da exposição antológica da artista Carla Filipe no Museu de Serralves, retirado de uma inscrição da própria artista numa imagem do seu arquivo fotográfico. O título mistura dois idiomas – o inglês e o português – algo muito característico e recorrente no seu trabalho. A artista erige uma plataforma de criação e reflexão única sobre as transformações políticas, económicas, sociais e culturais do passado e do presente. Abordando conteúdos tão transversais quanto as noções de território, trabalho, propriedade, memória, identidade ou representação. São estes os temas presentes nesta exposição antológica da artista patente nas galerias do Museu, no mezanino da Biblioteca e no terraço do restaurante de Serralves, que reúne obras produzidas ao longo de cerca de duas décadas.

In my own language I am independenteThe title of the exhibition is taken from an inscription of an image that belongs to the artist’s photographic archive, blending two languages — English and Portuguese — a recurring feature of Filipe’s work. Shunning all prejudice and embracing maximum freedom, the artist builds a platform for creation and analysis that examines past and present political, economic, social and cultural transformations without geographic boundaries. By applying anthropological methodologies, Filipe observes, collects, interviews and documents the traces of individual and collective narratives, questioning conventional discursivity on the recent past and on the present in an idiosyncratic way. In doing so, the artist investigates transversal concepts such as territory, property, memory, identity or representation. These are the themes of Filipe’s survey exhibition at the galleries of the Museum, the mezzanine of the Library and the terrace of the restaurant of the Serralves Museum, spanning two decades of work.

Poemas oblíquos, binoculares e matinais

2022

Pacto curadoria / curated by Susana Mendes Silva e/ and Filipa Oliveira, Galeria Municipal de Almada, Portugal

Texto e ilustrações / texts and illustrations: Carla Filipe, técnica : texto impresso prelo com caracteres móveis, letras em liga de chumbo e duas ilustrações em linogravura / Medium: letterpress, lead allory letters and two linocut illustrations, 16 pag, 18,5 x 16,5 cm (fechado /closed), 50 cópias / copies, impressão na / printed at oficina 50kg, Porto

Metade do livro tem o texto sobreposto fazendo referência à diplopia ( visão dupla) / Half of the book has superimposed text to allude to diplopia ( double vision).

Há Gente na Via / There are people on the track

2022

Apoio/Support: Fundação Calouste Gulbenkian-Lisboa/Lisbon, e/and Fundação EDP, Ed. Pierre von Kleist, Lisboa/Lisbon, Portugal

 Há Gente Na Via, composto por fotografia e texto, tem como foco principal o universo dos caminhos-de-ferro portugueses, partindo de um arquivo fotográfico da autoria de Carla Filipe constituído entre 2005 e 2022. Seguindo uma metodologia de metalinguagem que pretende colocar o tema em perspetiva e alargar o campo de reflexão através de novas significações discursivas.

Retirada do vocabulário dos ferroviários, a expressão “há gente na via” era entendida como um sinal de alerta, uma forma de garantir a segurança da linha do comboio. Proteger a via-férrea é mantê-la livre para a circulação de comboios, evitando acidentes ou atrasos na circulação.

Há Gente Na Via (Volume I) [There are People on the Track (1st Volume)], which is made up of photography and texts, focuses mainly on the universe of the Portuguese railways and is based on an archive of photographs by Carla Filipe compiled between 2005 and 2022, accompanied by diverse texts, following a meta-linguistic methodology that seeks to put the subject matter into perspective and widen the field of reflection through new discursive meanings.

Taken from rail-related terminology, the expression “there are people on the track” was seen as a warning aimed at guaranteeing the safety of the train line. Protecting the railway line means keeping it free for the circulation of trains, thus ruling out circulation-related accidents or delays.

@Carla Filipe

Conceito / concept: Carla Filipe,fotografias / photographs de / by Carla Filipe ; imagem da capa / Image cover de /by Chica MirandaSeleção de fotografias /selection photographs (2005 – 2022), conceção gráfica / Graphic Carla Filipe em colaboração /collaboration with Nuno Maio, textos / texts Carla Filipe com / with Maria do Mar Fazenda; Ana Rute Faísca, Miguel von Hafe Pérez,Revisão /copy-editing:Maria Burmester e/ and Maria Ramos.

Apoio /support : Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa / Fundation Calouste Gulbenkian, Lisbon, e/and Fundação EDP, Lisboa / Lisbon, cópias/ copies 4000, Ed. Pierre von Kleist, Lisboa/ Lisbon, Portugal

hóspede / Guest

2022

Curadoria/Curated by Marta Moreira de Almeida, Galerie Carrée na Villa de Arson – Nice, França/France

hóspede o trabalho relacionado com as iconografias provenientes de cartazes políticos, de sindicatos e de causas cooperativas. A artista retrabalha o grafismo e o design destes materiais e transporta-os para o suporte de 28 bandeiras – as bandeiras serão dedicadas a cada um dos 28 estados-membro da União Europeia até ao ano de 2019 –, representando o peso de fatores económicos na sua relação com esta entidade e referências históricas de cada país, assim evidenciando o modo como cada um se insere nesta identidade comum e no plano de uma dupla memória tal como a enunciou Jacques Derrida.

‘hóspede’ é uma palavra que na sua etimologia indica aquele que está em relação de compensação por ocupação de um determinado lugar ou espaço. No debate central sobre a questão da hospitalidade que tem atravessado o universo da filosofia e das teorias e práticas artísticas contemporâneas, a proposta de Carla Filipe equipara cada estado-membro a uma entidade de permanência incerta (veja-se o caso recente do Brexit) e de relação equívoca com a união no delicado balanço entre desígnios comuns e interesses particulares de pendor nacionalista e sujeitos a constantes e conjunturais mutações políticas.

With the exhibition hóspede, Carla Filipe continues to pursue a creative process that engages the current social, political and historical context. Here, the artist returns to her work on the iconographies from posters linked to political, unionist or cooperative causes to reshape their graphism and design in 28 flags – one for each of the EU’s member states until the year 2019. The flags represent the weight of economic factors in their relation to that entity, as well as historical references from each country, to illustrate how they come together under this common identity according to what Jacques Derrida called a ‘double memory’.

Hóspede [guest] is a word whose etymology also points to someone who occupies a certain place or space by somehow paying for it. Within the debate about hospitality that has taken place in the universe of philosophy and contemporary artistic practices, Carla Filipe’s proposal compares each member state to an entity whose permanence is fragile (as recently demonstrated by Brexit) and whose relationship with the union is equivocal given the delicate balance between common goals and nationalistic interests that are subject to constant, circumstantial political mutations.

A exposição é organizada pela Villa Arson em colaboração com Fundação de Serralves – Museu de Arte Contemporânea, Porto, Portugal / The exhibition is organized by Carrée Gallery in Villa Arson with collaboration with Fundação de Serralves – Museu de Arte Contemporânea, Porto, Portugal.

(In)consciência sob um estado de amnésia — Movimentos de luta e resistência na cidade do Porto no século XX

2021

O título (In)consciência sob um estado de amnésia apresenta uma dualidade: por um lado, a consciência de quem conheceu e esqueceu, uma amnésia temporária que pode ser reativada; e, por outro, a inconsciência sobre factos, neste caso sobre a movimentação política ( anarco-sindicalista )e ativista do Porto do início do séc. XX. Trata-se de um livro de artista sob o formato de mail art , uma publicação que viaja contendo um conjunto de edições de artista de Pedro G. Romero, André Cepeda, Filipe Mujica, Ângela Ferreira e Lola Meintjes e Carla Filipe, assim como uma revista com textos de Angel Calvo Ulloa, André Tavares e Nacho París.

The title (In)consciência sob um estado de amnésia / (In)consciousness under a state of amnesia presents a duality: on the one hand, the consciousness of those who knew and forgot, a temporary amnesia that can be reactivated; and, on the other, the lack of awareness about facts, in this case about the political (anarcho-syndicalist) and activist movement in Porto at the beginning of the 20th century. It´s an artist’s book in the format of mail art, a publication that travels containing a several of artist’s editions by Pedro G. Romero, André Cepeda, Filipe Mujica, Ângela Ferreira and Lola Meintjes and Carla Filipe, as well as a magazine with texts by Angel Calvo Ulloa, André Tavares and Nacho París.

@Carla Filipe;

Design Carla Filipe em colaboração/ in collaboration com / with Márcia Novais

Livro de artista sob formato de mail art (exibição ambulante) artist book in mail art format (travel exhibition), curadoria/ curated Carla Filipe, com a colaboração com os artistas/ with the collaboration with the artists:Pedro G. Romero,André Cepeda,Filipe Mujica,Ângela Ferreira e Lola Meintjes, Textos / texts: Angel Calvo Ulloa, André Tavares e Nacho París, Revisão / copy-editing : Maria Burmester, tradução / translation: Manuel Rosa e/ and Manuel Neto.

A indefinição libertadora  de colosso de Pedralva

2021

Complexo Colosso, curadoria / curated by Angel Calvo Ulloa, CIAJG Guimaraes, Portugal

Ténica / medium: serigrafia, papel químico, tinta-da-china e colagem s/ papel /screen printing, carbon paper, Indian ink and collage on paper (11 elementos / elements), 64 x 86 cm (9 elementos / elements); 85,7 x 64 cm (4 elementos / elements)

Ressaca / Hangover + Be part of Chaos

2020

Texto/Text by Carolina Grau, Galeria Francisco Fino – Lisboa / Lisbon, Portugal , 2020 + textos/texts Samuel Leuenberger e/and Miguel von Hafe Pérez, Krinzinger Projekte, Viena, Austria, 2017

RESSACA/HANGOVER + Be Part Of Chaos (2016-2019) trabalhos realizados em Viena e no Porto que tomam a forma de telas / faixas suspensas do teto, algumas pendendo quase até ao chão, onde outra está caída. O percurso do visitante torna-se uma deambulação por entre o que poderiam ser as ruínas impressas e esfiapadas de um emaranhado urbano, em que as ruas e paredes dos edifícios registam marcas sobrepostas de diversas gerações de habitantes, militâncias, ressacas e marginalidades. Marcas de uma história específica hoje menos visível nos centros gentrificados das capitais turísticas, mas que continuam a ser os vestígios sobreviventes, os depositários e repositórios do “espírito” dos lugares.

Sobre as telas/faixas — com dimensões variadas — estão impressas ou decalcadas texturas de ruas e paredes, às quais se sobrepõem imagens de fotografias e notícias associadas a acontecimentos políticos (uma das primeiras revoltas republicanas em Portugal, a 31 de janeiro de 1891, no Porto) e ainda figuras, palavras e frases traçadas em jeito de graffiti, por vezes com intervenção de cores de tintas industriais, e que interpelam diretamente o visitante : “e se os marginais deixassem de ser marginais”, “gentrip(f)ornication”, “identity is not inherited, it is voted”.

A visão crítica da vida urbana contemporânea conjuga-se com uma riqueza sensorial e textural que deriva da variedade e vibração das técnicas de impressão, sobreposição e composição das telas. A instalação gera um sentido de desorientação, relacionável com a memória de partilhadas noites e madrugadas de ressaca, que fazem parte do património cultural de muitos de nós e foram (e ainda são) uma das bases da construção do «espírito boémio» de muitos lugares que nos continuam a atrair e a fascinar.

Alexandre Melo para o livro / for the publication ” In my own Language i am Independente” ed. Museu Serralves.

The works comes through by rhytmic Theory

2019

Insistir en lo mismo. Volver sobre una presencia sugerida, curadoria/curated by Angel Calvo Ulloa,El Espai d'Art Contemporani de Castelló, Espanha/Spain

The works comes through by rhytmic Theory foi concebido na residência artistica Robert Rauschenberg (2015) na Florida, a partir de textos-poesia-pauta escritos com repetição de sílabas ou vogais, o texto é transcrito através de um teclado, elementos simples que potenciam a sua capacidade de transformação sonora através de ritmos midi. Ao estender este processo de abstração linguística, estamos a criar um novo lugar, temos assim um alfabeto a flutuar e a criar novas relações, no seu espaço e tempo. A artista desde 2015 tem vindo a trabalhar sobre o sentido de abstração, como a série de trabalhos “Escape from reality” ou “Paisagens Pedonais da cidade do Porto” que estão impressa em serigrafia sob tecidos de grandes dimensões criando uam camuflagem entre os performers e o público.

The works comes through by rhytmic Theory was developed at the Robert Rauschenberg artistic Residency (2015) in Florida, based on poem-texts written with repetition of syllables or vowels, the text is transcribed using a keyboard, simple elements that enhance the its ability to transform sound through midi rhythms. By extending this process of linguistic abstraction, we are creating a new place, we thus have an alphabet floating and creating new relationships, in its space and time. Since 2015, the artist has been working on the sense of abstraction, such as the series of works “Escape from reality” or “Pedestrian Landscapes of the city of Porto” which are printed in silkscreen on large fabrics, creating camouflage between the performers and the public.

Performance interpretada / performance interpreted por / by Juanjo Llopis (jjDoc), Andrea Giménez e/and José Luis Miralles

Espectro de Uma Memória e Identidade de uma Bienal de Arte [1995 a 2003]

2019

Curadoria / curated by Luis Albuquerque e/ and Luis Nunes,Bienal de Arte Contemporânea da Maia-Import/Export C.M. da Maia, Portugal

Espectro de uma memória e identidade de uma Bienal de Arte [1995 a 2003], é uma investigação realizada a partir do estudo da Bienal de Arte Contemporânea da Maia, balizado entre as edições de 1995 a 2003. Esta publicação de Carla Filipe incide na construção de um arquivo a partir de várias interpretações e experiências, variadas fontes sendo a internet a fonte privilegiada, construindo assim os conteúdos para uma História da Arte Contemporânea no contexto nacional ainda não arquivada num registo de open access information.

Espectro de uma memória e identidade de uma Bienal de Arte [1995 a 2003] / Spectrum of a memory and identity of an Art Biennial [1995 to 2003], is an investigation based on the study of the Bienal de Arte Contemporânea da Maia, marked between the editions from 1995 to 2003. This publication by Carla Filipe focuses on the construction of an archive based on various interpretations and experiences, varied sources, with the internet being the privileged source, thus building the contents for a History of Contemporary Art in the national context not yet archived in an open access information register.

@Carla Filipe ; investigação / research Carla Filipe, Luís Albuquerque Pinho, Luís Pinto Nunes; Design Carla Filipe em colaboração/ in collaboration com/ with Nuno Maio.

Cópias/ copies 150, apoio/ support Bienal de Arte Contemporânea da Maia, 2019 Import/ Export C.M. da Maia / Portugal

Amanhã não há Arte / Tomorrow there is no Art

2019

Curadoria/curated by João Mourão e/and Luis Silva, MAAT, Lisboa / Portugal , 2019 + "Farsa", SESC Pompeia, S. Paulo, Brasil / Brazil

Esta exposição deu continuidade à pesquisa de Carla Filipe em torno das estratégias visuais e gráficas utilizadas pelo discurso político, em particular o cartaz reivindicativo. O projeto apresenta um conjunto de símbolos e grafismos oriundos do discurso político pós-25 de abril de 1974, mas retirando-lhe toda e qualquer plasticidade manual. A bandeira é a forma escolhida para dar corpo às composições complexas, de grandes dimensões, onde repetições e variações dos elementos iniciais, recolhidos dos materiais gráficos das reivindicações políticas da história recente do país, subjugam e contradizem a sua própria origem e identidade. Carla Filipe recorre a estas imagens superficialmente despolitizadas, ou às quais foi removida qualquer agência política, para se interrogar sobre o estatuto que o artista ocupa na configuração sociopolítica atual. Desprovida de capacidade reivindicativa individual e sem a força de um corpo coletivo que a apoie, a artista ameaça: “Amanhã não há arte”, como uma tentativa de mobilização face aos desafios que a comunidade artística enfrenta.

This exhibition continued Carla Filipe’s research into the visual and graphic strategies used in the political narrative, specifically protest banners. The project presents a set of symbols and graphic images taken from the political post-25 April 1974 narrative, while removing all manual plasticity from it. The banner is the shape chosen to materialise her complex, large-scale compositions, where repetitions of and variations on the base elements, taken from the graphic materials gathered from political demonstrations in the country’s recent history, subjugate and contradict their own source and identity. Filipe uses these images, superficially depoliticised or devoid of any political agency, in order to question the role of the artist in the current socio-political context. Deprived of individual protesting capacity and without the power of a collective body to support her, the artist issues the threat: “Tomorrow there’s no art”, as an attempt to mobilise people to react to the challenges faced by the artistic community.

O Ontem Morrreu Hoje, o Hoje Morre Amanhã

2018

Projeto/Project by Carla Filipe e/and Ulrich Loock. Publicação/Publication Ed. Camara Municipal Porto, Portugal

A hybrid publication composed of an artist’s book and a catalogue, a collaboration between carla Filipe, Ulrich Loock with the designer Márcia Novais

The images accompanying the works exhibited in O Ontem Morreu Hoje, O Hoje Morre Amanhã were conceived and drawn by Carla Filipe. The texts are the result of email correspondence with Ulrich Loock.

Carla Filipe to develop an exhibition project devoted to social practices at bars and clubs. In that context clubs are considered spaces to evade the imminent failure of daytime social systems.The fundamental characteristic of Filipe’s work is to document and map: by closely observing and getting involved with her environment, the artist constantly searches for the touchstones of meaning in the life of a specific community. The exhibition was based on Filipe’s experience of the nightlife as a visual artist producing posters and images for electronic music events and DJ sets, and developed in collaboration with curator Ulrich Loock. It brought together several local and international artists who explore ways of experiencing the night, namely the intersection of music and image. Their works remain autonomous as visual art while reflecting relationships between the singular and the plural, the individual and the community, and evoking the history of art and its connection to music through a series of specific references.

Artwork Images from the artists: Pedro Abrantes, João Alves, João Alves Marrucho, Marta Ângela, Mauro Cerqueira, Jürgen Drescher & Reinhard Mucha, Tomé Duarte, Carla Filipe, Dayana Lucas, Raymond Pettibon,  Oscar Powell & Wolfgang Tillmans, Rudolfo, Diogo Tudela, von Calhau!

Textos/ Texts : Guilherme Blanc, Lisa Blanning entrevista / Interview com / with Tiago Carneiro e/ and Pedro Salvado Santos, Jonathan Saldanha, Miguel von Hafe Pérez, Carla Filipe entrevista / interview a / with STURQEN ( David Arantes e César Rodrigues ).

Fascism messed with my brain, and so did Communism

2017

Curadoria/curated by João Ribas, Jornal/Newspaper produzido para/produced for the 4th Ural Industrial Biennial, New Literacy, Ural, Russia

Composição a partir de autocolantes do período PREC _Processo Revolucionário em Curso (1974-76), onde é retirada a informação, criando novos padrões e composições.

Composition made from stickers from de period after Revolution (*), where information is removed, creating new patterns and compositions.

(*)PREC (Processo Revolucionário em Curso / The Ongoing Revolutionary Process) was the period during the portuguese transition to democracy.

@Carla Filipe, Design Carla Filipe e/ and Duarte Amorim ( Bolos Quentes), tamanho / size 45×30 cm (fechado/closed).

Migração, exclusão e resistência (II) / Migration, exclusion and resistance (II)

2017

Curadoria/Curated by Jochen Volz e/and João Ribas, Incerteza Viva: Uma Exposição a Partir da 32ª Bienal de São Paulo, Museu de Arte contemporânea de Serralves, Porto, Portugal

Em Migração, exclusão e resistência (2016), Carla Filipe partiu de uma pesquisa iniciada em 2006, que propunha a construção de hortas e jardins em ambientes urbanos, instaurando o uso coletivo do espaço privado ou a apropriação de espaços públicos destinados a outros fins. Ao articular modos distintos de vida, ela questiona a ideia de propriedade e amplia a noção de sobrevivência. Essa obra nos conta sobre vegetais comestíveis pouco conhecidos e sobre plantas que surgem em locais inesperados. Nessa proposta, Filipe cria condições para se pensar sobre forças espontâneas de resistência que funcionam como células autogeridas, e que representam reações aos ditames capitalistas da vida urbana, derivados de iniciativas de caráter hierárquico e privado.

In the installation Migration, exclusion and resistance (2016), Filipe started from a research initiated in 2006, which proposed the construction of vegetable gardens and gardens in urban environments, establishing the collective use of private space or the appropriation of public spaces destined for other purposes. By articulating different ways of life, it questions the idea of property and expands the notion of survival. This work tells us about endangered species, little-known edible vegetables and plants that appear in unexpected places. In this proposal, Filipe creates conditions to think about spontaneous forces of resistance that function as self-managed cells, and that represent reactions to the capitalist dictates of urban life, derived from initiatives of a hierarchical and private nature.

Imagens Sangradas

2016

Curadoria/Curated by Isabella Lenzi, Ed. Consulado Geral de Portugal em São Paul, Brasil/ Brazil

Composições visuais a partir de uma seleção de textos da artista, provenientes da “Coleção cadernos de apontamentos- O que se constrói pode ser desfeito” ( 8 elementos) apresentado na V Bienal de Jafre, Espanha (2011). Imagens Sangradas é uma reinterpretação desses poemas visuais proveniente de um objecto único, para um livro de artista de maior tiragem.

Visual compositions based on a selection of the artist’s texts, from the “Coleção cadernos de apontamentos- O que se constrói pode ser desfeito” / “Collection notebooks – What is built can be undone #(8 elements) presented at the V Bienal de Jafre, Spain (2011). Imagens Sangradas /Bleeding Images is a reinterpretation of these visual poems from a unique object, for a larger circulation artist’s book.

@ Carla Filipe, design Carla Filipe em colaboração/ in collaboration com/with Lila Botter; texto /text Isabella Lenzi, tamanho / size: 29,5x21cm, 500 exemplares / copies, 2016 (1ª ed.)

The Day is Coming

2016

The day is coming parte do espaço temporal nocturno, que para uns constitui um momento de descanso e para outros o seu período de vivência. O nascer do dia torna patente a discordância temporal existente em lugares onde coabitam realidades diferentes, o ponto em que se cruzam aqueles que começam o seu dia e os outros para quem a noite se estende num dilatar de horas e limites do calendário. Em comum, estas duas realidades partilham apenas um tempo de incerteza. São apresentados uma série de desenhos a tinta-da-china e frottage, de traço gestual rápido e sintetozado, sem cor, todos a negro criando um testemunho dos tempos de mudança e fragilidade que atravessamos (presente e futuro), qual é o ponto de entrar no campo entre o figurativo e abstração.

The day is coming is part of the nocturnal temporal space, which for some constitutes a moment of rest and for others their period of experience. The dawn of day makes clear the temporal discordance that exists in places where different realities cohabit, the point at which those who begin their day cross paths and others for whom the night extends into a dilation of hours and calendar limits. In common, these two realities share only a time of uncertainty. A series of ink and frottage drawings are presented, with quick and synthetic gestural lines, without color, all in black, creating a testimony to the times of change and fragility that we are going through (present and future), which is the point of enter the field between figurative and abstraction.

Migração, Exclusão e Resistência (I) / Migration, exclusion and resistance (I)

2016

Curadoria/Curated by Jochen Volz, 32º BIENAL DE SÃO PAULO – INCERTEZA VIVA [LIVE UNCERTAINTY], S. Paulo, Brasil/Brazil

Obra de Carla Filipe durante a 32a Bienal de São Paulo. 21/09/2016 © Pedro Ivo Trasferetti / Fundação Bienal de São Paulo
Obra de Carla Filipe durante a 32a Bienal de São Paulo. 21/09/2016 © Pedro Ivo Trasferetti / Fundação Bienal de São Paulo
Obra de Carla Filipe durante a 32a Bienal de São Paulo. 21/09/2016 © Pedro Ivo Trasferetti / Fundação Bienal de São Paulo

Em Migração, exclusão e resistência (2016), Carla Filipe partiu de uma pesquisa iniciada em 2006, que propunha a construção de hortas e jardins em ambientes urbanos, instaurando o uso coletivo do espaço privado ou a apropriação de espaços públicos destinados a outros fins. Ao articular modos distintos de vida, ela questiona a ideia de propriedade e amplia a noção de sobrevivência. Essa obra nos conta sobre vegetais comestíveis pouco conhecidos e sobre plantas que surgem em locais inesperados. Nessa proposta, Filipe cria condições para se pensar sobre forças espontâneas de resistência que funcionam como células autogeridas, e que representam reações aos ditames capitalistas da vida urbana, derivados de iniciativas de caráter hierárquico e privado.

In the installation Migração, exclusão e Resistência / Migration, exclusion and resistance (2016), Filipe started from a research initiated in 2006, which proposed the construction of vegetable gardens and gardens in urban environments, establishing the collective use of private space or the appropriation of public spaces destined for other purposes. By articulating different ways of life, it questions the idea of property and expands the notion of survival. This work tells us about endangered species, little-known edible vegetables and plants that appear in unexpected places. In this proposal, Filipe creates conditions to think about spontaneous forces of resistance that function as self-managed cells, and that represent reactions to the capitalist dictates of urban life, derived from initiatives of a hierarchical and private nature.

Team lunch time

s/ título ( 2 Fascículos de enciclopédia)

2015

Texto/text João Mourão e/and Luis Silva, Curtas-Metragens CRL / Solar – Galeria de Arte Cinemática, Vila do Conde, Portugal

Publicação de artista constituída por dois fascículos, com textos de Carla Filipe, Luis silva e João Mourão . Esta publicação foi co-produzida para a exposição Não Fechar, voltamos todos os dias” a partir do Convento de Santa Clara que deu acolhimento aos Salesianos, sendo o ponto de partida para abordar instituições de acolhimento.

Artist publication consisting of two fascicules, with texts by Carla Filipe, Luis Silva and João Mourão. This publication was co-produced for the exhibition Não Fechar, voltamos todos os dias/ Don´t close, we return every day, a research about the Santa Clara Convent, that welcomed the Salesians, being the starting point for approaching child and youth care institutions.

@Carla Filipe, design: Carla Filipe em colaboração/ in Collaboration com/with Duarte Amorim ( Bolos Quentes), a publicação é impressa / this publication is printed in offset no/in Colégio dos Salesianos do Porto , Portugal, p&b, medidas / size 340 x 245 mm, (2x) 500 cópias/copies, apoio/ supported Curtas-Metragens CRL / Solar- Galeria de Arte Cinemática_ Vila do Conde, Portugal.

As Primas da Bulgária ( 1º parte) / The Cousins from Bulgária (Part one)

2015

Curadoria/Curated by Ulrich Loock, Re-Discovery III: a dialogue between Ivan Kožarić and Carla Filipe, Autocenter, Berlim, Germany

As primas da Bulgária documenta a pesquisa da artista acerca de cidadãos portugueses que estudaram em países Socialistas a seguir à revolução de 25 de abril de 1974. Dada a falta de documentação geral em redor deste assunto e usando histórias pessoais destes mesmos estudantes e o modo como estes se relacionam com estas memórias, As primas da Bulgária documenta, explora e constrói, de uma maneira idiossincrática, um episódio geralmente desconhecido da História contemporânea portuguesa.

Todo o trabalho é executado através de técnicas de reprodução, como offset, serigrafia, lino gravura , mantendo a linguagem de artes gráficas.

As primas da Bulgaria (The Cousins from Bulgarian) documents the artist’s research on Portuguese citizens who studied in Socialist countries following the revolution of April 25, 1974. Given the lack of general documentation surrounding this subject and using personal stories from these same students and the way in which these relate to these memories, As primas da Bulgaria documents, explores and constructs, in an idiosyncratic way, a generally unknown episode of contemporary Portuguese History.

All work is support have relation with reproduction techniques, such as offset, screen printing, lino engraving, maintaining the language of graphic arts .

da cauda à cabeça ( publicação) / from tail to head (publication)

2014

Catálogo (antológico)/(anthological) catalog, ed. Museu coleção Berardo and Archive books, Lisboa/Lisbon, Portugal + Berlin, Alemanha/Germany

Uma publicação hibrida, entre um catálogo e um livro de artista, a capa e algumas páginas são criadas por Carla Filipe, em conjugação com o designer Gonçalo Sena. Esta publicação é o catálogo da exposição da cauda à cabeça, contém quatro idiomas- checo, inglês, espanhol e português mantendo sempre a lingua de origem de cada autor, com textos de Pedro Lapa, Pedro G. Romero, Vit Havranek, Carla Filipe e Stephan Dillemuth, João Mourão e Luis Silva.

A hybrid publication between a catalog and an artist’s book, the cover and some pages created by Carla Filipe in dialogue with the designer Gonçalo Sena, this publication it´s the catalogue of the show da cauda à cabeça / from tail to head , have four languages – Czech, English, Spanish and Portuguese, always maintaining the original language of each author, with texts by Pedro Lapa, Pedro G. Romero, Vit Havranek, Carla Filipe and Stephan Dillemuth, João Mourão and Luis Silva.

Capa /Cover Carla Filipe, conceito/ concept Carla Filipe e/ and Gonçalo Sena, design Gonçalo Sena, edição/publisher Museu coleção Berardo, Archive Books, Lisbon / Berlim, colour, 292x260mm, 750 cópias/copies.

da cauda à cabeça / from tail to head

2014

Museu Coleção Berardo, Lisboa, Portugal

da cauda à cabeça  centra-se numa investigação sobre os caminhos de ferro portugueses e traz para o espaço do museu fragmentos de habitações, estruturas arquitetónicas, mobiliário, coleções de fardamentos, bandeiras sindicais, elementos e mecanismos funcionais do quotidiano das estações ferroviárias, filmes ficcionais e documentais ou desenhos de máquinas, que se vão articulando uns com os outros, a par de resíduos autobiográficos, de forma a criar um arquivo fantasmagórico, que destitui qualquer pretensão de abordagem científica para revelar um conhecimento sensível de uma realidade histórica.

Tal como na maioria dos projetos de Carla Filipe, em da cauda à cabeça os objetos do mundo, relacionados entre si, fora das suas funções instrumentais, traçam um feixe de relações suscetível de definir um amplo conjunto de narrativas que complexificam a sua aparente simplicidade ou mesmo insignificância. Eles tornam-se um suplemento material por entre as histórias ausentes que deles partem e para eles reenviam. Como tal, revelam-se o espaço de consignação da memória que o trabalho de Carla Filipe acorda e reinventa.

da cauda à cabeça (from tail to head) is a project is based on research into the Portuguese railways, and the artist brings into the museum space fragments of buildings, architectural structures, furniture, collections of uniforms, trade union banners, functional mechanisms and elements from the everyday workings of railway stations; fictional and documentary films, interconnected drawings of machines, as well as autobiographic traces. Together these constitute a phantasmagoric archive, stripped of all pretension to scientific accuracy, but exposing a knowingness that remains sensitive to historic reality.

As in most of Carla Filipe’s projects, in da cauda à cabeça, real objects – interrelated but removed from their ordinary usage – trace bundles of relations capable of determining a broad set of narratives, whose apparent simplicity (or even insignificance) is vexed. These objects become a material supplement amidst absent stories that nevertheless employ them as points of departure and locations of return. As such, together they emerge as the space to which memory is consigned; a space that, in Carla Filipe’s work, is awakened and reinvented.

Boletim-Architecture

2013

Publisher: Editorial Concreta, Valencia, Espanha/Spain

Boletim looks like the magazine of the Portuguese Railway. It simulates the magazine of the Company house staff from the 1960s, however it contains articles on recent matters. Boletim’s first number is dedicated to type of architecture commissioned by the Railway Company: Railway stations, houses for the workers, workshops and social projects. The examples are set mainly in Entroncamento, a small town born around the railway station, which is still operating.

@Carla Filipe

Fotografias e textos / Photographs and texts de / by Carla Filipe, images and facsimiles appropriated from Bulletins of the Railway portuguese company of the 60s, Edition: 200 copies; 45 pages; 1º Ed Printed digital, B/W ; 2º Ed Printed Offset (2015), suporte no design do plano maquete/support in mockup plan design Duarte Amorim (Bolos quentes)

Rorschach + Se não há cultura, não há nada / If There Is no Culture There Is Nothing

2013

Curadoria/Curated by Fulya Erdemci, Mom, Am I Barbarian?, 13th Istanbul Biennial, Turquia/Turkey

Instalação Rorschach (Rorschach Installation) consists of 10 books infested with bookworms, shown open on the wall. The marks of the worms’ feast are lines and holes on the open pages of the books, making them resemble Rorschach tests. If the existence of bookworms reflects the lack of care these volumes have endured, then the patterns the creatures have formed—by resembling a tool for the psychological assessment of personality disorders—become a metaphor for the fate of culture in Portuguese society. The (beautiful) disintegration of the books suggests that culture itself, also uncared for, is disintegrating.

In the video Se não há cultura, não há nada (If There Is no Culture There Is Nothing), we follow an antiquarian bookseller through his store and overstuffed basement. We hear him ramble on about books, rare findings, entire collections that were held by prominent families for generations and are now coming onto the market to be sold. 

Filipa Oliveira in ArtForum, 2011

Apesar de tudo, nunca estive tão bem

2013

Curadoria/Curated by Miguel von Hafe Pérez

Apesar de tudo, nunca estive tão bem [Despite it All, I ever Fet So Good]

Fotografia, tinta-da-china, esferográfica, decalque, café, colagem sobre papel (12 elementos) / Photograph, Indian ink, ball pen, stencil, coffee, collage on paper (12 elements)

As Primas da Bulgaria / The Cousins from Bulgária

2013

Curadoria/Curated by João Mourão e/and Luis Silva, ed. Kunsthalle Lissabon, Lisboa/Lisbon-Portugal

As primas da Bulgária é um livro de artista por Carla Filipe que documenta a pesquisa da artista acerca de cidadãos portugueses que estudaram em países Socialistas imediatamente a seguir à revolução de 25 de abril de 1974. Dada a falta de documentação geral em redor deste assunto e usando histórias pessoais destes mesmos estudantes e o modo como estes se relacionam com estas memórias, As primas da Bulgária documenta, explora e constrói, de uma maneira idiossincrática, um episódio geralmente desconhecido da História contemporânea portuguesa.

As primas da Bulgaria is an artist’s book by Carla Filipe that documents the artist’s research on Portuguese citizens who studied in Socialist countries immediately following the revolution of April 25, 1974. Given the lack of general documentation surrounding this subject and Using personal stories from these same students and the way they relate to these memories, As primas da Bulgaria documents, explores and constructs, in an idiosyncratic way, a generally unknown episode in contemporary Portuguese history.

Conceito / concept Carla Filipe, Design Carla Filipe em colaboração / in collaboration com / with Ana Luíza Bouça, 32 páginas / pages, Pt /Eng /Bg, 21 x 30 cm, 300 exemplares / copies

O Povo reunido, Jamais será (Formato Jornal)

2012

Curadoria/Curated by Gabriela Vaz Pinheiro, Jornal/Newspaper format para/for Obra Sobre Papel/Paperwork, European Capital of Culture, Guimarães, Portugal

Conceito / concept Carla Filipe, il cor /color, medidas / size 410 x 280 mm, composições gráficas a partir de cartazes políticos / Graphic compositions from political posters.

O Povo Reunido, Jamais será – Representações Gráficas

2011

Curadoria/Curated by David Santos, Museu Neo-Realismo, Vila Franca de Xira. Curadoria/Curated by Delfim Sardo, Chiado 8. Curadoria/Curated by Bruno Marchand e/and Helena de Freitas, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa/Lisbon, Portugal

Saloio

2011

Curadoria/Curated by João Mourão, performer Amélia Muge, Estufa Fria Tapada das Necessidades, Lisboa/Lisbon, Portugal

Desterrado

2011

Curadoria/Curated by tranzit.org, Manifesta 8 – the European Biennial of Contemporary Art, In dialogue with North Africa with Murcia and Cartagena, Espanha / Spain

Bordas de Alguidar em diálogo com os Pontos nos iii, Lanterna Mágica e a Paródia (Rafael Bordalo Pinheiro)

2011

bordas de alguidar,” referring to what’s left over on the sides of a cooking bowl, which the rich don’t bother eating but the poor can’t afford to turn down. It’s a little like the English expression “the bottom of the barrel.” Making a direct reference to the country’s calamitous economic situation. Filipe recovers the work of Rafael Bordalo Pinheiro—a satirical journalist and artist who founded three newspapers in the late-nineteenth century and who created the figure of Zé Povinho, a cartoon figure that was to become the symbol of the Portuguese people.

Artforum

Hospitalidade

2008

Curadoria/Curated by Miguel von Hafe Pérez, Hospitalidade, Hospital S. João do Porto, Portugal

Desertar

2006

In-Tranzit, Porto, Portugal