Sardão / The Lizard

2023

As part of the New Aberdeen Bestiary, curadoria/curated by Nuno Sacramento, Aberdeen, Escócia/Scotland

In my Own Language i am Independente

2023

Curadoria / curated by Marta Moreira de Almeida, Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto, Portugal

Exposição Antológica / Anthologic Exhibition looking over 20 years of work.

In my own language I am independente é o título da exposição antológica da artista Carla Filipe no Museu de Serralves, retirado de uma inscrição da própria artista numa imagem do seu arquivo fotográfico. O título mistura dois idiomas – o inglês e o português – algo muito característico e recorrente no seu trabalho. A artista erige uma plataforma de criação e reflexão única sobre as transformações políticas, económicas, sociais e culturais do passado e do presente. Abordando conteúdos tão transversais quanto as noções de território, trabalho, propriedade, memória, identidade ou representação. São estes os temas presentes nesta exposição antológica da artista patente nas galerias do Museu, no mezanino da Biblioteca e no terraço do restaurante de Serralves, que reúne obras produzidas ao longo de cerca de duas décadas.

In my own language I am independenteThe title of the exhibition is taken from an inscription of an image that belongs to the artist’s photographic archive, blending two languages — English and Portuguese — a recurring feature of Filipe’s work. Shunning all prejudice and embracing maximum freedom, the artist builds a platform for creation and analysis that examines past and present political, economic, social and cultural transformations without geographic boundaries. By applying anthropological methodologies, Filipe observes, collects, interviews and documents the traces of individual and collective narratives, questioning conventional discursivity on the recent past and on the present in an idiosyncratic way. In doing so, the artist investigates transversal concepts such as territory, property, memory, identity or representation. These are the themes of Filipe’s survey exhibition at the galleries of the Museum, the mezzanine of the Library and the terrace of the restaurant of the Serralves Museum, spanning two decades of work.

Confissões de uma baptizada / Confessions of a baptised woman

2022

Curadoria/Curated by João Mourão, Centro de Artes do Arquipélago – Açores/Azores, Portugal

Carla Filipe cria uma instalação, composta por desenhos, gravuras e tecidos estampados, que une as duas primeiras salas deste centro de arte, onde reúne um vasto grupo de mulheres portuguesas, um conjunto de vozes e posições políticas.

Filipe creates an installation, composed of drawings, prints and printed fabrics, that unites the first two rooms of this art centre, where she brings together a vast group of Portuguese women, an assembly of voices and political positions.

hóspede / Guest

2022

Curadoria/Curated by Marta Moreira de Almeida, Galerie Carrée na Villa de Arson – Nice, França/France

hóspede o trabalho relacionado com as iconografias provenientes de cartazes políticos, de sindicatos e de causas cooperativas. A artista retrabalha o grafismo e o design destes materiais e transporta-os para o suporte de 28 bandeiras – as bandeiras serão dedicadas a cada um dos 28 estados-membro da União Europeia até ao ano de 2019 –, representando o peso de fatores económicos na sua relação com esta entidade e referências históricas de cada país, assim evidenciando o modo como cada um se insere nesta identidade comum e no plano de uma dupla memória tal como a enunciou Jacques Derrida.

‘hóspede’ é uma palavra que na sua etimologia indica aquele que está em relação de compensação por ocupação de um determinado lugar ou espaço. No debate central sobre a questão da hospitalidade que tem atravessado o universo da filosofia e das teorias e práticas artísticas contemporâneas, a proposta de Carla Filipe equipara cada estado-membro a uma entidade de permanência incerta (veja-se o caso recente do Brexit) e de relação equívoca com a união no delicado balanço entre desígnios comuns e interesses particulares de pendor nacionalista e sujeitos a constantes e conjunturais mutações políticas.

With the exhibition hóspede, Carla Filipe continues to pursue a creative process that engages the current social, political and historical context. Here, the artist returns to her work on the iconographies from posters linked to political, unionist or cooperative causes to reshape their graphism and design in 28 flags – one for each of the EU’s member states until the year 2019. The flags represent the weight of economic factors in their relation to that entity, as well as historical references from each country, to illustrate how they come together under this common identity according to what Jacques Derrida called a ‘double memory’.

Hóspede [guest] is a word whose etymology also points to someone who occupies a certain place or space by somehow paying for it. Within the debate about hospitality that has taken place in the universe of philosophy and contemporary artistic practices, Carla Filipe’s proposal compares each member state to an entity whose permanence is fragile (as recently demonstrated by Brexit) and whose relationship with the union is equivocal given the delicate balance between common goals and nationalistic interests that are subject to constant, circumstantial political mutations.

A exposição é organizada pela Villa Arson em colaboração com Fundação de Serralves – Museu de Arte Contemporânea, Porto, Portugal / The exhibition is organized by Carrée Gallery in Villa Arson with collaboration with Fundação de Serralves – Museu de Arte Contemporânea, Porto, Portugal.

Ressaca / Hangover + Be part of Chaos

2020

Texto/Text by Carolina Grau, Galeria Francisco Fino – Lisboa / Lisbon, Portugal , 2020 + textos/texts Samuel Leuenberger e/and Miguel von Hafe Pérez, Krinzinger Projekte, Viena, Austria, 2017

RESSACA/HANGOVER + Be Part Of Chaos (2016-2019) trabalhos realizados em Viena e no Porto que tomam a forma de telas / faixas suspensas do teto, algumas pendendo quase até ao chão, onde outra está caída. O percurso do visitante torna-se uma deambulação por entre o que poderiam ser as ruínas impressas e esfiapadas de um emaranhado urbano, em que as ruas e paredes dos edifícios registam marcas sobrepostas de diversas gerações de habitantes, militâncias, ressacas e marginalidades. Marcas de uma história específica hoje menos visível nos centros gentrificados das capitais turísticas, mas que continuam a ser os vestígios sobreviventes, os depositários e repositórios do “espírito” dos lugares.

Sobre as telas/faixas — com dimensões variadas — estão impressas ou decalcadas texturas de ruas e paredes, às quais se sobrepõem imagens de fotografias e notícias associadas a acontecimentos políticos (uma das primeiras revoltas republicanas em Portugal, a 31 de janeiro de 1891, no Porto) e ainda figuras, palavras e frases traçadas em jeito de graffiti, por vezes com intervenção de cores de tintas industriais, e que interpelam diretamente o visitante : “e se os marginais deixassem de ser marginais”, “gentrip(f)ornication”, “identity is not inherited, it is voted”.

A visão crítica da vida urbana contemporânea conjuga-se com uma riqueza sensorial e textural que deriva da variedade e vibração das técnicas de impressão, sobreposição e composição das telas. A instalação gera um sentido de desorientação, relacionável com a memória de partilhadas noites e madrugadas de ressaca, que fazem parte do património cultural de muitos de nós e foram (e ainda são) uma das bases da construção do «espírito boémio» de muitos lugares que nos continuam a atrair e a fascinar.

Alexandre Melo para o livro / for the publication ” In my own Language i am Independente” ed. Museu Serralves.

The works comes through by rhytmic Theory

2019

Insistir en lo mismo. Volver sobre una presencia sugerida, curadoria/curated by Angel Calvo Ulloa,El Espai d'Art Contemporani de Castelló, Espanha/Spain

The works comes through by rhytmic Theory foi concebido na residência artistica Robert Rauschenberg (2015) na Florida, a partir de textos-poesia-pauta escritos com repetição de sílabas ou vogais, o texto é transcrito através de um teclado, elementos simples que potenciam a sua capacidade de transformação sonora através de ritmos midi. Ao estender este processo de abstração linguística, estamos a criar um novo lugar, temos assim um alfabeto a flutuar e a criar novas relações, no seu espaço e tempo. A artista desde 2015 tem vindo a trabalhar sobre o sentido de abstração, como a série de trabalhos “Escape from reality” ou “Paisagens Pedonais da cidade do Porto” que estão impressa em serigrafia sob tecidos de grandes dimensões criando uam camuflagem entre os performers e o público.

The works comes through by rhytmic Theory was developed at the Robert Rauschenberg artistic Residency (2015) in Florida, based on poem-texts written with repetition of syllables or vowels, the text is transcribed using a keyboard, simple elements that enhance the its ability to transform sound through midi rhythms. By extending this process of linguistic abstraction, we are creating a new place, we thus have an alphabet floating and creating new relationships, in its space and time. Since 2015, the artist has been working on the sense of abstraction, such as the series of works “Escape from reality” or “Pedestrian Landscapes of the city of Porto” which are printed in silkscreen on large fabrics, creating camouflage between the performers and the public.

Performance interpretada / performance interpreted por / by Juanjo Llopis (jjDoc), Andrea Giménez e/and José Luis Miralles

Amanhã não há Arte / Tomorrow there is no Art

2019

Curadoria/curated by João Mourão e/and Luis Silva, MAAT, Lisboa / Portugal , 2019 + "Farsa", SESC Pompeia, S. Paulo, Brasil / Brazil

Esta exposição deu continuidade à pesquisa de Carla Filipe em torno das estratégias visuais e gráficas utilizadas pelo discurso político, em particular o cartaz reivindicativo. O projeto apresenta um conjunto de símbolos e grafismos oriundos do discurso político pós-25 de abril de 1974, mas retirando-lhe toda e qualquer plasticidade manual. A bandeira é a forma escolhida para dar corpo às composições complexas, de grandes dimensões, onde repetições e variações dos elementos iniciais, recolhidos dos materiais gráficos das reivindicações políticas da história recente do país, subjugam e contradizem a sua própria origem e identidade. Carla Filipe recorre a estas imagens superficialmente despolitizadas, ou às quais foi removida qualquer agência política, para se interrogar sobre o estatuto que o artista ocupa na configuração sociopolítica atual. Desprovida de capacidade reivindicativa individual e sem a força de um corpo coletivo que a apoie, a artista ameaça: “Amanhã não há arte”, como uma tentativa de mobilização face aos desafios que a comunidade artística enfrenta.

This exhibition continued Carla Filipe’s research into the visual and graphic strategies used in the political narrative, specifically protest banners. The project presents a set of symbols and graphic images taken from the political post-25 April 1974 narrative, while removing all manual plasticity from it. The banner is the shape chosen to materialise her complex, large-scale compositions, where repetitions of and variations on the base elements, taken from the graphic materials gathered from political demonstrations in the country’s recent history, subjugate and contradict their own source and identity. Filipe uses these images, superficially depoliticised or devoid of any political agency, in order to question the role of the artist in the current socio-political context. Deprived of individual protesting capacity and without the power of a collective body to support her, the artist issues the threat: “Tomorrow there’s no art”, as an attempt to mobilise people to react to the challenges faced by the artistic community.

As Primas da Bulgária ( 1º parte) / The Cousins from Bulgária (Part one)

2015

Curadoria/Curated by Ulrich Loock, Re-Discovery III: a dialogue between Ivan Kožarić and Carla Filipe, Autocenter, Berlim, Germany

As primas da Bulgária documenta a pesquisa da artista acerca de cidadãos portugueses que estudaram em países Socialistas a seguir à revolução de 25 de abril de 1974. Dada a falta de documentação geral em redor deste assunto e usando histórias pessoais destes mesmos estudantes e o modo como estes se relacionam com estas memórias, As primas da Bulgária documenta, explora e constrói, de uma maneira idiossincrática, um episódio geralmente desconhecido da História contemporânea portuguesa.

Todo o trabalho é executado através de técnicas de reprodução, como offset, serigrafia, lino gravura , mantendo a linguagem de artes gráficas.

As primas da Bulgaria (The Cousins from Bulgarian) documents the artist’s research on Portuguese citizens who studied in Socialist countries following the revolution of April 25, 1974. Given the lack of general documentation surrounding this subject and using personal stories from these same students and the way in which these relate to these memories, As primas da Bulgaria documents, explores and constructs, in an idiosyncratic way, a generally unknown episode of contemporary Portuguese History.

All work is support have relation with reproduction techniques, such as offset, screen printing, lino engraving, maintaining the language of graphic arts .

da cauda à cabeça / from tail to head

2014

Museu Coleção Berardo, Lisboa, Portugal

da cauda à cabeça  centra-se numa investigação sobre os caminhos de ferro portugueses e traz para o espaço do museu fragmentos de habitações, estruturas arquitetónicas, mobiliário, coleções de fardamentos, bandeiras sindicais, elementos e mecanismos funcionais do quotidiano das estações ferroviárias, filmes ficcionais e documentais ou desenhos de máquinas, que se vão articulando uns com os outros, a par de resíduos autobiográficos, de forma a criar um arquivo fantasmagórico, que destitui qualquer pretensão de abordagem científica para revelar um conhecimento sensível de uma realidade histórica.

Tal como na maioria dos projetos de Carla Filipe, em da cauda à cabeça os objetos do mundo, relacionados entre si, fora das suas funções instrumentais, traçam um feixe de relações suscetível de definir um amplo conjunto de narrativas que complexificam a sua aparente simplicidade ou mesmo insignificância. Eles tornam-se um suplemento material por entre as histórias ausentes que deles partem e para eles reenviam. Como tal, revelam-se o espaço de consignação da memória que o trabalho de Carla Filipe acorda e reinventa.

da cauda à cabeça (from tail to head) is a project is based on research into the Portuguese railways, and the artist brings into the museum space fragments of buildings, architectural structures, furniture, collections of uniforms, trade union banners, functional mechanisms and elements from the everyday workings of railway stations; fictional and documentary films, interconnected drawings of machines, as well as autobiographic traces. Together these constitute a phantasmagoric archive, stripped of all pretension to scientific accuracy, but exposing a knowingness that remains sensitive to historic reality.

As in most of Carla Filipe’s projects, in da cauda à cabeça, real objects – interrelated but removed from their ordinary usage – trace bundles of relations capable of determining a broad set of narratives, whose apparent simplicity (or even insignificance) is vexed. These objects become a material supplement amidst absent stories that nevertheless employ them as points of departure and locations of return. As such, together they emerge as the space to which memory is consigned; a space that, in Carla Filipe’s work, is awakened and reinvented.

Rorschach + Se não há cultura, não há nada / If There Is no Culture There Is Nothing

2013

Curadoria/Curated by Fulya Erdemci, Mom, Am I Barbarian?, 13th Istanbul Biennial, Turquia/Turkey

Instalação Rorschach (Rorschach Installation) consists of 10 books infested with bookworms, shown open on the wall. The marks of the worms’ feast are lines and holes on the open pages of the books, making them resemble Rorschach tests. If the existence of bookworms reflects the lack of care these volumes have endured, then the patterns the creatures have formed—by resembling a tool for the psychological assessment of personality disorders—become a metaphor for the fate of culture in Portuguese society. The (beautiful) disintegration of the books suggests that culture itself, also uncared for, is disintegrating.

In the video Se não há cultura, não há nada (If There Is no Culture There Is Nothing), we follow an antiquarian bookseller through his store and overstuffed basement. We hear him ramble on about books, rare findings, entire collections that were held by prominent families for generations and are now coming onto the market to be sold. 

Filipa Oliveira in ArtForum, 2011

O Povo Reunido, Jamais será – Representações Gráficas

2011

Curadoria/Curated by David Santos, Museu Neo-Realismo, Vila Franca de Xira. Curadoria/Curated by Delfim Sardo, Chiado 8. Curadoria/Curated by Bruno Marchand e/and Helena de Freitas, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa/Lisbon, Portugal

Desterrado

2011

Curadoria/Curated by tranzit.org, Manifesta 8 – the European Biennial of Contemporary Art, In dialogue with North Africa with Murcia and Cartagena, Espanha / Spain