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Amanhã não há Arte / Tomorrow there is no Art

2019

Curadoria/curated by João Mourão e/and Luis Silva, MAAT, Lisboa / Portugal , 2019 + "Farsa", SESC Pompeia, S. Paulo, Brasil / Brazil

Esta exposição deu continuidade à pesquisa de Carla Filipe em torno das estratégias visuais e gráficas utilizadas pelo discurso político, em particular o cartaz reivindicativo. O projeto apresenta um conjunto de símbolos e grafismos oriundos do discurso político pós-25 de abril de 1974, mas retirando-lhe toda e qualquer plasticidade manual. A bandeira é a forma escolhida para dar corpo às composições complexas, de grandes dimensões, onde repetições e variações dos elementos iniciais, recolhidos dos materiais gráficos das reivindicações políticas da história recente do país, subjugam e contradizem a sua própria origem e identidade. Carla Filipe recorre a estas imagens superficialmente despolitizadas, ou às quais foi removida qualquer agência política, para se interrogar sobre o estatuto que o artista ocupa na configuração sociopolítica atual. Desprovida de capacidade reivindicativa individual e sem a força de um corpo coletivo que a apoie, a artista ameaça: “Amanhã não há arte”, como uma tentativa de mobilização face aos desafios que a comunidade artística enfrenta.

This exhibition continued Carla Filipe’s research into the visual and graphic strategies used in the political narrative, specifically protest banners. The project presents a set of symbols and graphic images taken from the political post-25 April 1974 narrative, while removing all manual plasticity from it. The banner is the shape chosen to materialise her complex, large-scale compositions, where repetitions of and variations on the base elements, taken from the graphic materials gathered from political demonstrations in the country’s recent history, subjugate and contradict their own source and identity. Filipe uses these images, superficially depoliticised or devoid of any political agency, in order to question the role of the artist in the current socio-political context. Deprived of individual protesting capacity and without the power of a collective body to support her, the artist issues the threat: “Tomorrow there’s no art”, as an attempt to mobilise people to react to the challenges faced by the artistic community.